Espaços
Palco Naves
Nas antigas “Oficinas do Vapor” recuperavam-se as locomotivas a vapor, quando o vapor era a principal força motriz dos caminhos de ferro. São o exemplo da arquitetura industrial e do ferro. Obra de engenheiros, foram construídas com novos materiais e sistemas de construção em ferro e tijolo, de estrutura metálica ritmada e volumetria monumental. Nestas oficinas, as grandes reparações das locomotivas a vapor eram efetuadas em cadeia, e o trabalho metodologicamente organizado. Às tarefas estavam distribuídas por secções, onde aconteciam trabalhos de fabrico ou reparação. Percussão, fumo, pó e fogo, ambiente dado pelos trabalhos de fundição, forja, soldadura, decapagem, bate-chapa, carpintaria. Para estas operações, dispunha de diques e equipamentos auxiliares, duas pontes rolantes, utilizadas no deslocamento de peças ou conjuntos pesados, ainda permanecem no edifício. No exterior, os parques eram estaleiros. Dispunha ainda de escritórios dos técnicos e responsáveis pelo trabalho aqui executado.A adaptação destes trabalhos a carruagens e vagões obrigou a que espaços fossem edificados, transformados e acrescentados.
Cessou atividade oficinal em 2011, tendo sido recuperadas e abertas ao público em 18 de maio de 2015. Aqui, encontramos hoje dezenas de veículos, que vão desde locomotivas, carruagens, vagões e até comboios especiais.
Carruagem Auditório
A este cais, estrategicamente localizado junto à linha férrea, chegavam os comboios de mercadorias que abasteciam o Armazém de Viveres. As duas linhas permitiam o abastecimento ferroviário direto dos bens de consumo, a partir dos vagões de mercadorias.O serviço de mercadorias utilizava o cais para a carga, descarga e armazenamento de bens. Na plataforma ainda permanecem equipamentos auxiliares desta logística. E o caso de um guindaste francês, construído pela A. Salin & Cie.Atualmente, junto ao cais permanecem as linhas de triagem, ainda em atividade, onde são preparados os comboios de mercadorias, reunindo os vagões.
Palco Telheiro
Espaço do antigo Depósito de Madeira e Ferro, provavelmente transformado, em data ainda não apurada, em Oficina para reparação de veículos. Este espaço terá recebido também a Oficina de Extintores, para além do espaço de oficina e depósito estava equipado com refeitório e balneários. Oficina com duas naves gémeas, construída em alvenaria de tijolo, com respetivos diques para reparações de material circulante. Atualmente, funciona a Oficina de Conservação e Restauro do Museu. Realizam-se aqui os trabalhos de conservação e restauro da coleção.
Armazém de Víveres
O Armazém de Víveres foi inaugurado em 1939 e é da autoria do arquiteto Cottinelli Telmo (1897-1948). Foi construído com o objetivo de facilitar a aquisição de bens de primeira necessidade pelos funcionários da companhia de caminho de ferro, vendidos a preços mais baixos e com condições de pagamento mais favoráveis.
Este edifício veio substituir o primeiro armazém de viveres do Entroncamento, localizado no Largo da Estação. Estrategicamente localizado junto à linha férrea por onde era abastecido, e a uma via rodoviária que permitia o fácil acesso do público consumidor. De arquitetura moderna e despojada, foi construído numa segunda fase de construção desta tipologia de instalações, e por isso concebido como um espaço comercial amplo, moderno, espaçoso, seguindo requisitos racionais e funcionais na organização do espaço. Deixou de servir esta função na década de 1990. Ainda no século 20, este edifício foi adaptado para o Museu Nacional Ferroviário.
Rotunda das Locomotivas
A Rotunda foi construída no local do edifício original, demolido em 1976. Da estrutura original, preservam-se 14 segmentos de linha férrea que confluem para uma placa giratória, de 1911. Cabe a este dispositivo inverter o sentido da marcha das locomotivas e conectar com as vias da estação. No tempo da tração a vapor a rotunda era uma infraestrutura essencial de apoio à tração. Também aqui as locomotivas aguardavam entre viagens, eram abastecidas e recebiam a assistência de rotina, bem como todos os cuidados de urgência necessários, ou ficavam à espera da sua vez para a Grande Reparação (GR) nas “Antigas Oficinas do Vapor”. Habitualmente, as rotundas de locomotivas encontravam-se localizadas junto a estações de maior concentração de origem e término dos comboios.Nesta área existiam, em simultâneo, duas rotundas de locomotivas. Atualmente, encontramos várias locomotivas a vapor que circulavam em Portugal.
Comboio Real
O Comboio Real Português foi adquirido pela Companhia de Caminhos de Ferro do Sul para as deslocações da família real entre o Barreiro e Vila Viçosa. Esteve ao serviço desde o reinado de D.Luís I, entre 1861 e 1889. É composto pela Locomotiva a vapor D. Luiz, o Salão Maria Pia e o Salão do Príncipe.Este comboio foi frequentemente utilizado nas deslocações da família real entre Barreiro e Vila Viçosa. Após a implantação da República, em 1910, foi resguardado e, assim, foi evitada a sua destruição, quer por republicanos, quer pela passagem do tempo. A Locomotiva D. Luiz continuou ao serviço até 1923, efetuando serviços suburbanos. Em 2010, foi restaurado e pôde viajar até a Holanda, para a exposição sobre viagens reais europeias no Museu Ferroviário de Utreque. Depois, regressou ao Entroncamento, onde hoje pode ser visto.