Espaços

Palco Naves

Projeto | 1907 (Nave 13) | 1915 (Nave 14) | Posterior à 1.º Grande Guerra (Nave 15)

Nas antigas “Oficinas do Vapor” recuperavam-se as locomotivas a vapor, quando o vapor era a principal força motriz dos caminhos de ferro. São o exemplo da arquitetura industrial e do ferro. Obra de engenheiros, foram construídas com novos materiais e sistemas de construção em ferro e tijolo, de estrutura metálica ritmada e volumetria monumental.

Nestas oficinas, as grandes reparações das locomotivas a vapor eram efetuadas em cadeia, e o trabalho metodologicamente organizado.

Às tarefas estavam distribuídas por secções, onde aconteciam trabalhos de fabrico ou reparação. Percussão, fumo, pó e fogo, ambiente dado pelos trabalhos de fundição, forja, soldadura, decapagem, bate-chapa, carpintaria.

Para estas operações, dispunha de diques e equipamentos auxiliares, duas pontes rolantes, utilizadas no deslocamento de peças ou conjuntos pesados, ainda permanecem no edifício. No exterior, os parques eram estaleiros. Dispunha ainda de escritórios dos técnicos e responsáveis pelo trabalho aqui executado.

A adaptação destes trabalhos a carruagens e vagões obrigou a que espaços fossem edificados, transformados e acrescentados. Cessou atividade oficinal em 2011, tendo sido recuperadas e abertas ao público em 18 de maio de 2015. Aqui, encontramos hoje dezenas de veículos, que vão desde locomotivas, carruagens, vagões e até comboios especiais.

Carruagem Auditório

A este cais, estrategicamente localizado junto à linha férrea, chegavam os comboios de mercadorias que abasteciam o Armazém de Viveres. As duas linhas permitiam o abastecimento ferroviário direto dos bens de consumo, a partir dos vagões de mercadorias.

O serviço de mercadorias utilizava o cais para a carga, descarga e armazenamento de bens. Na plataforma ainda permanecem equipamentos auxiliares desta logística. E o caso de um guindaste francês, construído pela A. Salin & Cie.

Atualmente, junto ao cais permanecem as linhas de triagem, ainda em atividade, onde são preparados os comboios de mercadorias, reunindo os vagões.
Década de 1930

Palco Telheiro

Espaço do antigo Depósito de Madeira e Ferro, provavelmente transformado, em data ainda não apurada, em Oficina para reparação de veículos. Este espaço terá recebido também a Oficina de Extintores, para além do espaço de oficina e depósito estava equipado com refeitório e balneários.

Oficina com duas naves gémeas, construída em alvenaria de tijolo, com respetivos diques para reparações de material circulante.

Atualmente, funciona a Oficina de Conservação e Restauro do Museu. Realizam-se aqui os trabalhos de conservação e restauro da coleção.

Armazém de Víveres

O Armazém de Víveres foi inaugurado em 1939 e é da autoria do arquiteto Cottinelli Telmo (1897-1948). Foi construído com o objetivo de facilitar a aquisição de bens de primeira necessidade pelos funcionários da companhia de caminho de ferro, vendidos a preços mais baixos e com condições de pagamento mais favoráveis. Este edifício veio substituir o primeiro armazém de viveres do Entroncamento, localizado no Largo da Estação. Estrategicamente localizado junto à linha férrea por onde era abastecido, e a uma via rodoviária que permitia o fácil acesso do público consumidor.

De arquitetura moderna e despojada, foi construído numa segunda fase de construção desta tipologia de instalações, e por isso concebido como um espaço comercial amplo, moderno, espaçoso, seguindo requisitos racionais e funcionais na organização do espaço.

Deixou de servir esta função na década de 1990. Ainda no século 20, este edifício foi adaptado para o Museu Nacional Ferroviário.
Projeto | 1938 | Arq.° Cottinelli Telmo (Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses C.P., Divisão de Via e Obras)

Rotunda das Locomotivas

A Rotunda foi construída no local do edifício original, demolido em 1976. Da estrutura original, preservam-se 14 segmentos de linha férrea que confluem para uma placa giratória, de 1911. Cabe a este dispositivo inverter o sentido da marcha das locomotivas e conectar com as vias da estação.

No tempo da tração a vapor a rotunda era uma infraestrutura essencial de apoio à tração.

Também aqui as locomotivas aguardavam entre viagens, eram abastecidas e recebiam a assistência de rotina, bem como todos os cuidados de urgência necessários, ou ficavam à espera da sua vez para a Grande Reparação (GR) nas “Antigas Oficinas do Vapor”.

Habitualmente, as rotundas de locomotivas encontravam-se localizadas junto a estações de maior concentração de origem e término dos comboios.Nesta área existiam, em simultâneo, duas rotundas de locomotivas.

Atualmente, encontramos várias locomotivas a vapor que circulavam em Portugal.

Comboio Real

O Comboio Real Português foi adquirido pela Companhia de Caminhos de Ferro do Sul para as deslocações da família real entre o Barreiro e Vila Viçosa. Esteve ao serviço desde o reinado de D.Luís I, entre 1861 e 1889. É composto pela Locomotiva a vapor D. Luiz, o Salão Maria Pia e o Salão do Príncipe.

Este comboio foi frequentemente utilizado nas deslocações da família real entre Barreiro e Vila Viçosa. Após a implantação da República, em 1910, foi resguardado e, assim, foi evitada a sua destruição, quer por republicanos, quer pela passagem do tempo. A Locomotiva D. Luiz continuou ao serviço até 1923, efetuando serviços suburbanos.

Em 2010, foi restaurado e pôde viajar até a Holanda, para a exposição sobre viagens reais europeias no Museu Ferroviário de Utreque. Depois, regressou ao Entroncamento, onde hoje pode ser visto.
Projeto | 1938 | Arq.° Cottinelli Telmo (Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses C.P., Divisão de Via e Obras)