Bestiário

28 Set, Sáb 15h00-15h20 | 17h30-17h50
Local: Sala do Comboio Real

Os monstros povoam os nossos medos e habitam os espaços onde tradicionalmente os pavores se escondem. O que seria dos monstros (e dos medos) se um dia ficassem sem lugares onde assombrar? Se a Maria Gancha tivesse de fugir do seu poço envenenado, se as Moiras Encantadas vissem incendiados os seus montes sem que os seus encantamentos fossem quebrados, se o habitat dos Tardos e Lobisomens estivesse tão poluído que não pudessem correr o seu fado por essas madrugadas fora?

Do Bestiário Tradicional Português para as ruas das nossas povoações, as criaturas que assombraram os nossos avós encontram agora problemas que nunca imaginaram enfrentar: um mundo tão inóspito que nem os monstros é capaz de acolher.

“Nunca haverá distância suficiente que nos separe dos monstros que vivem dentro de nós!”

Curo-vos de Todos os Males

Interpretação de Tobias Monteiro

Se existisse uma mitologia portuguesa, teria o Benzilhão um lugar de privilégio pois é menos humano do que as pessoas que cura e benze, mas mais natural que os monstros dos quais nos protege. Depois de curar o cobrão, o estrapasso, o aguamento e as alas do coração caídas, restarão ainda forças (e saber) para enfrentar as Cocas, os Papões e Marimantas?

O Segredo da Ti Miséria

Interpretação de Paula Só

Ti Miséria tem um tesouro: a sua nogueira carregada de nozes! Ela queixava-se de que a subiam e lhe roubavam as nozes. Mas Ti Miséria tambem tem um segredo: arranjou uma forma de isso nunca mais acontececer! Também dizem que descobriu uma forma de enganar a Morte e que por isso, continua eternamente a cozinhar no forno os seus bolinhos. Será que esta personagem, que parece ter a idade do tempo, se tornou uma aparição saída diretamente de um conto? E que como um dos seres do Bestiário Tradicional Português se tornou intemporal e eterna, vagueando para sempre na nossa imaginação?